TEMER “GOLPISTA”: VAI FICAR NA HISTÓRIA

22 de abril de 2016

por Fabio Malini


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Fábio Malini – Labic/UFES

Publicado original no medium de Fabio Malini

O que eu fiz? Coletei todas as postagens de Michel Temer (@micheltmer) no Twitter desde 2014. Na Etapa 02, processei todos os comentários presentes em seus respectivos posts. Tenho identificado que robôs são avessos à conversação (comentário não se programa). Por isso fiquei com uma rede bastante pura, feita de 11.105 publicações: 3500 tweets originais de Temer. E 7.405 comentários da audiência. Etapa 03: separei todas as menções feitas pelo Temer e ao Temer. E então montei a rede de menções (grafo anexo a esse post)

As relações de Temer — a rede dele — foram nos dois últimos anos marcadas por uma obviedade. Temer mencionou com mais intensidade perfis ligados à dinâmica do governo: PMDB Nacional (partido que preside), Dilma, Senado Federal, Câmara dos Deputados e Fundação Ulysses Guimarães. Já sua segunda camada interativa demonstra as relações mais reais do vice-presidente, vinculado mais a @eduardocunha, @idponline (o instituto do Gilmar Mendes), @fiesp, @fecomercio e um grupo diversificado de políticos do PMDB (Renan, Barbalho, Padilha, Franco etc). Temer promove (ou atrai) uma rede mais institucional de conversação, diferente de Dilma, que fomenta uma rede mais popular de comentaristas, formada principalmente por eleitores petistas.

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Os comentários nas postagens demonstram que Temer tem recebido uma sobrecarga interativa de críticas, vinculando sua imagem à narrativa do golpe, alcunha que dificilmente vai desgrudar do vice-presidente, uma vez que a amostra (formada por comentários DESDE 2014) tem predomínio de termos mais recentes. Temer é um termo que é intensamente correlacionado às seguintes palavras: Dilma, PMDB, PT, Cunha, Vergonha, Golpista e Golpe. Seja lá o que ocorrer, esse vocábulos históricos não se separarão do vice-presidente. E tudo indica que essa rede anti-Temer continuará embicando pra cima, uma vez que as redes de esquerda estão aquecidas e, dificilmente, arrefecerão após a decisão sobre o impeachment.

O dataset com todos os tweets mais arquivos para análise de grafos você pode acessar, respectivamente, aqui (http://bit.ly/1qIzY5Y) e aqui (http://bit.ly/261a5if).

Em breve, publicarei essas mesmas redes a partir dos perfis de Dilma, Lula, Aécio e Marina.

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